Para ser lançado nos anos 70s você realmente deveria ser bom e ser bom é uma mistura de tudo o que vemos divididos em parcelas hoje. Atitude, talento e originalidade, você tinha que ter tudo para chamar a atenção para o seu trabalho e era exatamente isso que Kate Bush tinha.
A maestria de conquistar uma geração com a inocência do seu olhar e de suas danças que ao mesmo tempo se entrelaçava com a agressividade de suas letras profundas e maduras, todas de autoria própria, era o que fazia dela uma artista especial, uma artista que o mundo clama por reprodução. Florence and the Machine, Grimes, Fiona Apple, Bat for Lashes, todas essas figuras da cena atual colheram algo do jardim da Kate e de uma forma óbvia e clara para todos.
Suas obras nos presenteiam com a sua fluidez homogênea, suas canções são verdadeiros hinários misticos que deveriam e devem acompanhar a música pop para sempre, mesmo a cantora tendo seguido para o ostracismo quando se perdeu ao não conseguir acompanhar a próxima leva de artistas, tais artistas que passavam pelas portas que Bush abriu.
Recentemente Kate voltou aos palcos para alguns shows, volta que causou bastante tumulto, a prova de que sentimos falta dela, mas não exatamente da Kate, mas do que ela nos proporcionava, música de uma forma diferente, música que consegue nos proporcionar essa conexão profunda entre o cantor e quem a ouve. Não desmereço a música atual, pois eu gosto muito, temos produções incríveis, mas não temos a mágica que cantoras como ela nos entregava e o que temos é como eu citei no começo do texto, são por parcelas e eu não quero minha mágica em 12x sem juros, eu quero o pagamento completo.