Estou sempre com raiva. Com raiva de algo que talvez nem aconteceu, com raiva de uma sensação de falta de liberdade. Mas não percebo que já sou livre.
Ás vezes a solidão nos presenteia com pensamentos que me resgatam de alguma prisão que eu mesmo me coloquei. Eu quero correr. Eu quero ser. Eu quero ir. Mas eu não posso, pois eu estou acorrentado por diversos problemas. Problemas que não existem, aliás nada existe, nada é concreto. Quem somos nós? Mera arquitetação de uma divindade x? Ou mera criação de alguma fusão bagunçada? E porque eu não levo comigo esse pensamento a cada segundo? Eu não preciso ser exatamente o que é necessário, pois o necessário não existe, tudo é uma programação do nosso sistema que de vez em quando brinca de ser racional e 'de vez em sempre' de irracional (duas coisas que também não existem).
Mas é isso sabe, eu fico muito tempo da minha vida indisposto por uma prisão inexistente, eu sou livre e sempre serei, sempre mesmo, até depois da minha morte, que talvez nem exista.
A questão é me submeter a viver em meus mundos favoritos, mesmo que eles me submetam a uma escravidão.