Dançar com Stromae é muito maior do que se imagina!

by on segunda-feira, 23 de março de 2015



Estive conversando há um tempo atrás com uma amiga como sinto falta de figuras masculinas interessantes no cenário da música, até então não colocando Stromae no assunto, mas o assistindo ontem (22/03), tive a certeza que temos o que precisamos.

Me arrisco a dizer que o show foi um dos melhores da minha vida, e olha que eu já enfrentei muitos shows de vários tipos, mas a energia que eu encarei ontem se aprofundou em mim despertando algo que nunca tinha se manifestado e é isso que eu busco sentir em cada show que eu vou.

Público diversificado. Fãs agarrando a grade, curiosos, pessoas que apenas gostavam e queriam sentir aquilo ao vivo. Eu estava no meio termo, há tempos que eu queria ver um show dele, mas já me contentava com o 'talvez role' um dia lá fora, aqui não. 

A entrada do Stromae foi calorosa, ovacionado por palmas, ele encarava cada face e sorria para si mesmo, ele encontrou a casa da sua música, ele deu de cara com a diversidade da nossa gente. Não eram todos que sabiam o francês das letras, mas isso não importava, era maravilhoso ver os olhares das pessoas ou até mesmo as palavras sem sentido que saiam das bocas delas, sem sentido para mim que observava de longe a tal comunicação, mas que talvez tivessem um significado único, a busca da troca de sensações entre Stromae e o público.

Ah Stromae, eu não sabia para onde olhar! Quando minha cabeça não estava perdida e os meus olhos fechados, eu ficava procurando um ponto interessante para focar, mas não tinha! Suas contorções e suas danças me entrelaçavam, me faziam se perder. Das meias na canela ao cabelinho bem cortado, tudo tinha vida, tudo estava dançando, tudo gritava com a sua música, tal música que exclamava dor, que pedia liberdade, que implorava por um perdão, mas que ao mesmo tempo transformando toda esta densidade em uma energia única que não deixava ninguém parado.

Não há como deixar de eternizar aqui o momento alto do show, se é possível definir apenas um, onde Stromae brinca com o gênero e em 'Tous les Mêmes' se transforma em dois. Assim como no clipe e em algumas apresentações, temos seu lado feminino, caracterizado por um batom forte e uma gesticulação aguda, que nos provocava assim como o perfume de uma mulher da meia-idade e pela figura rústica de um homem que grita sobre o mundo estar de cabeça para baixo. A teatralidade do Stromae é divina, desde o bêbado na belíssima 'Formidable' a figura paterna rígida de 'Papaoutai', também ressaltando suas performances mais individuais onde ele brinca em um jogo de reações, os seus braços se tornavam um corpo, suas mãos tinham vida própria e partiam agressivamente para cima dele mesmo, que marchava e contracenava com vídeos que passavam atrás, no telão. 

Estética impecável, vontade inconcessível e uma voracidade de outro mundo, não há como apagar da minha mente aquele clube lotado e abarrotado gritando 'Ta fête!' enquanto Stromae nos encarava como um gorila pronto para atacar.

Não importa se você é um homem ou parece, se é de direita ou esquerda, cultural ou patético, radical ou indeciso, não importa ao que você pertence, Stromae te acolhe. Ele é a união de todas as divindades e tribos.

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